Elliot Page, que é a nova capa da revista Esquire, abriu seu coração na entrevista para falar sobre seu processo de transição de gênero e o preconceito que sofreu e ainda sofre depois de se assumir trans.
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“Não esperava [que a repercussão] que fosse tão grande. Em termos de qualidade real da resposta, foi o que eu esperava: amor e apoio de muitas pessoas e ódio e crueldade de tantos outros. Eu me assumi gay em 2014, e é diferente. A transfobia é tão, tão, tão extrema. O ódio e a crueldade são muito mais incessantes”, afirmou o ator de 35 anos, que revelou que é trans no final de 2020.
Elliot ainda contou que, enquanto sua carreira como ator estava deslanchando, ele sofria em ter que usar roupas femininas para eventos, contando que enfrentou depressão e transtornos alimentares.
“Eu estava realizando meus sonhos e, ao mesmo tempo, nem conseguia sair do hotel. Eu batalhei com a comida. Depressão profunda, ansiedade e ataques de pânico severos. Em alguns dias, eu saía de casa para uma reunião e voltava em seguida. Não conseguia ler roteiros e isso é uma das minhas coisas favoritas. Não conseguia passar de um parágrafo.”
“Eu não me imaginava envelhecendo como uma mulher. Eu pensava: ‘Qual é meu futuro’. Não havia um. Era assim que eu me sentia. Eu falava: ‘Nunca fui uma menina, nunca vou ser uma mulher'”, acrescentou o astro de Juno e The Umbrella Academy.
“Posso ver com o problema do suicídio entre pessoas trans? Sim, eu posso ver profundamente. E não apenas ao ato muito consciente e direto de fazê-lo, mas também a certas ocasiões em que perdi muito peso ou quando estava tendo ataques de pânico tão graves e desmaiei várias vezes. Todas essas coisas que facilmente poderiam, e estatisticamente fazem, levar a morte. E tudo isso é uma manifestação desse trauma e desconforto que é uma questão desproporcional para pessoas transgênero”, explicou.
Em seguida, ele fez um desabafo revelando que também sofreu com problemas graves de saúde mental. “Houve momentos que tinha vontade de não estar aqui, mas foi apenas a sensação que me deixou. Não era um movimento de ação, além das maneiras pelas quais eu estava abusando do meu corpo, claramente”, ainda afirmou ele.